Como ter um relacionamento afetivo saudável

por Ana Adélia, em 7 de fevereiro de 2024

Será que meu relacionamento afetivo é saudável?

Quem nunca ouviu essas frases no dia a dia: “Você precisa de um (a) namorado (a) que te complete”, “A gente conhece a pessoa só depois que casa”, “Todo homem é igual, só muda de endereço”, “Sentir ciúmes é sinal de amor” ou “Como está seu relacionamento?”.

Quando refletimos a respeito destas e muitas outras frases que aparecem em nosso meio social compreendemos que as imagens de homem e mulher são constantemente generalizadas, muitos mitos e idealizações de um “amor perfeito” fazem parte de nossa construção histórica, sempre voltados ao preenchimento de um vazio existencial. É como se houvesse a necessidade de se relacionar amorosamente com alguém para que qualquer pessoa se sinta feliz e completa.

Assim, o relacionamento amoroso é percebido como um dos elementos essenciais para que a felicidade possa existir. A ideia que historicamente é implantada em nossa vida que o esperado é encontrar alguém, viver um lindo romance, marcar casamento, constituir família e ser feliz para sempre.

Logicamente nossas vivências nem sempre nos levam por este caminho e também, o relacionamento à dois não é como um “conto de fadas” que lemos em um livro. Assim como os relacionamentos afetivos podem trazer bem estar psíquico, saúde emocional e transformações vivenciais em relacionamentos bem estruturados, o contrário também pode ocorrer, trazendo sérias consequências àqueles que vivem em constante atrito e com dificuldades na comunicação verbal e não verbal.

Há uma construção de paradigmas sócio-histórico-cultural dos relacionamentos amorosos e, na atualidade, falar sobre esse assunto é um grande desafio. Em nossa cultura atual as relações interpessoais são vivenciadas através de vínculos que podem ser estabelecidos pelo contato presencial bem como um contato virtual. Portanto, saber lidar com as transformações culturais são essenciais para compreender as subjetividades individuais, no que diz respeito aos relacionamentos amorosos.

Atualmente as relações afetivas se tornaram efêmeras, com vínculos mal estabelecidos, tornando-as descartáveis. Chamamos estas relações de tóxicas ou abusivas afinal sempre causam grande sofrimento e adoecimento emocional a pelo menos uma das partes do relacionamento.

Há várias interpretações e estudos psicológicos que demonstram ser possível e viável a vivência de relacionamentos saudáveis onde há respeito, admiração, atenção, diálogo, o encontro recíproco, onde duas pessoas se fortalecem frente à capacidade de amar e ser amado, errar e ter a compreensão para reconhecer onde pode melhorar e estimular a comunicação dialógica onde o casal consegue escutar um ao outro, para juntos entrarem em um acordo.

Assim, nosso maior objetivo está em compreender como construir relações amorosas de forma saudável.

O que pode desencadear felicidade numa relação amorosa depende da subjetividade singular de cada sujeito imerso em seus papeis desempenhados ao longo da vida, bem como seus valores, crenças, cultura, rituais, história vivenciada e contexto social que cada indivíduo traz consigo.

Existem alguns princípios que são básicos na relação amorosa saudável. Por exemplo, a comunicação através do diálogo é fundamental, mas não basta apenas falar por meios das palavras os inconvenientes, sentimentos ou críticas, é preciso que você fale com o seu corpo, ele engloba o “olho a olho” atento, a entonação da voz calma, escuta compreensiva, as expressões faciais resilientes. Isso permite que mesmo diante de uma situação estressante é possível retornar ao equilíbrio psíquico e agir com sabedoria.

É valido ressaltar que nessa troca comunicativa precisamos saber se o seu contexto e momento são adequados para o desenvolvimento de um bom diálogo, lembrando que o diálogo se torna mais assertivo quando ambos desejam resolver os adversidades do relacionamento.

O autorrespeito é essencial, na medida em que o respeito predomina em si mesmo há um cuidado genuíno com sua essência, emoções e sentimentos. Assim, existem grandes possibilidades de você saber respeitar o outro, ou melhor, aceitar o seu (a) companheiro (a) como ele (a) é, incluindo as relações sociais e afetivas que o outro mantém e faz parte.

A empatia também é fundamental para que um se coloque no lugar do outro e compreenda como o outro está se sentindo frente às problemáticas trazidas. Esta questão da empatia precisa ser treinada diariamente através da inversão de papéis, afinal se colocar no lugar do outro (pensar como o outro pensaria ou sentir como o outro se sentiria) não é uma tarefa fácil, mas é de extrema importância para que o relacionamento possa ser equilibrado.

Numa relação amorosa é fundamental que haja vínculo e entrega de ambas partes. Nenhuma relação pode ser construída saudavelmente se apenas um indivíduo está na relação. Dessa forma, não haveria o verdadeiro encontro amoroso. Também é valido ressaltar que a compreensão das necessidades do outro e do casal levam ao fortalecimento da saúde emocional.

Portanto, na construção de um relacionamento amoroso, a base de princípios saudáveis auxilia no desenvolvimento do bem-estar emocional e na qualidade de vida das pessoas. Nem sempre seremos capazes de desenvolver habilidades para a manutenção de um bom relacionamento e precisaremos de profissionais especializados que nos levem ao autoconhecimento capaz de fortalecer nossos vínculos relacionais.

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CONHEÇA ANA ADÉLIA

Meu primeiro contato com a psicologia iniciou quando eu tinha 12 anos e comecei meu processo de psicoterapia devido ao desejo de sair da escola por vivenciar bullying. Eu era uma pré-adolescente cheia de angústias, com muitas dificuldades relacionadas a minha imagem corporal. Para ser sincera, não me lembro de todos detalhes da terapia, mas lembro perfeitamente de olhar para a minha psicóloga e pensar: “quero ser como ela quando eu crescer!”.

Terminado meu processo de psicoterapia a vida seguiu de forma bem equilibrada e mantive a determinação de estudar psicologia, visto que o trabalho realizado tinha sido meu suporte para superar as dificuldades. Desejava ajudar outras pessoas buscando conhecer mais a fundo a mente e os processos que ocorriam no emocional do ser humano.

Entrei na faculdade aos 17 anos e sempre tive a certeza que estava no caminho da realização pessoal e profissional. Me dediquei muito e continuo estudando até hoje, buscando conhecer novas técnicas, com o intuito de ajudar meus pacientes a encontrarem a regulação/equilíbrio emocional.

Minha paixão é trabalhar com o ser humano e facilitar para que este possa trilhar um caminho de autoconhecimento, reflexões e criar novos significados frente a seu sofrimento emocional. Participar desta evolução rumo a uma vida mais prazerosa e emocionalmente equilibrada é o que me traz imensa satisfação.

Vamos comigo nesta jornada de autoconhecimento?

TRAJETÓRIA DE ANA ADÉLIA

*2004 – Formação em Psicologia (licenciatura e bacharelado) na Universidade Paulista de Ribeirão Preto;
*2005 – Curso Violência Institucional: Análise e Intervenção;
*2006 – Estágio Voluntário no Ambulatório de Saúde Mental na prefeitura de Barrinha -SP oferecendo acompanhamento psicológico a pacientes com diversos transtornos (ansiedade, depressão, transtornos de humor, de personalidade e outros);
*2006 – Estágio Voluntário na Igreja Santuário Nossa Senhora do Rosário oferecendo assistência psicológica a pessoas com alto grau de vulnerabilidade social;
*2006 – Especialização em Gestalt -Terapia (término em 2007);
*2008 – Passei em concurso público e tomei posse como Psicóloga na Prefeitura de Barrinha, atuando em Ambulatório de Saúde Mental e ESF com atendimentos voltados a Saúde Mental e Saúde da Família. Exerci a função por 14 anos, estando afastada atualmente;
*2010 – Atendimentos clínicos a adolescentes e adultos voltados a pacientes de convênio médico (Sermed e São Francisco) na cidade de Barrinha SP;
*2011 -Curso de Psicoterapia de Casais através da TCC;
*2013 – Atendimentos particulares clínicos voltados a pessoas com ansiedade e depressão envolvendo relacionamentos afetivos, bem como atendimento psicológico a casais na cidade de Jaboticabal -SP;
*2016 – Comunidade Terapêutica Associação Lucas: Acompanhamento psicológico individual e em grupos a pessoas em regime de internação devido a dependência química;
*2021 – Curso Teoria Cognitivo -Comportamental na Prática Clínica;
*2023 – Curso Hipnoterapia Clínica;
*2023 – Início dos atendimentos exclusivamente online a adolescentes, adultos e casais.

PSICOTERAPIA DE CASAIS E RELACIONAMENTOS

As relações interpessoais são constantes na vida do ser humano. A convivência entre pessoas diferentes, com valores e crenças distintos podem trazer, ao longo do tempo, divergências importantes causando conflitos e distanciamento do casal.

Nesses momentos de insatisfação na vida a dois onde falta a comunicação e muitas vezes os sentimentos se confundem busca-se a possibilidade de reencontrar o equilíbrio e reorganizar o relacionamento através da psicoterapia.

Há infinitas possibilidades que levam o casal a buscar psicoterapia visto que as fases da vida se modificam constantemente. Quando os parceiros começam a observar o desinteresse afetivo e/ou sexual, a incompatibilidade de planos e metas, o excesso de ciúmes, agressões verbais e/ou físicas ou mesmo a dificuldade na comunicação é hora de encontrarem juntos formas de saírem desta situação.

A psicoterapia de casal e relacionamentos visa identificar, acolher, intervir e pensar em estratégias para minimizar as situações de sofrimento comuns ao casal. Procura identificar aquilo que aflige cada indivíduo, como esse problema iniciou e quais ansiedades que fortalecem esses comportamentos. Na medida que a terapia consegue reconhecer e diferenciar suas próprias necessidades como seres humanos separados, o casal consegue progredir com mais facilidade.

É observada a dinâmica do relacionamento, como são distribuídos os papéis de cada um, como se estabelece a comunicação entre si e através destas e outras informações são apresentadas orientações para que o casal consiga se alinhar e encontrar novas possibilidades de restabelecer a estabilidade da relação. O intuito deste tipo de psicoterapia é promover a qualidade da relação afetiva, bem como, prevenir ou intervir em conflitos da interação do casal.

PSICOTERAPIA PARA ADULTOS

O dia-a-dia repleto de compromissos costuma gerar sobrecarga emocional trazendo diversos sintomas que causam prejuízos em diversos setores da vida.

Em nosso cotidiano nos deparamos com diversas exigências nas esferas familiar e social. Não é fácil ser pai/mãe, trabalhar, prover cuidados com os filhos, manter um casamento harmonioso, trazer ou auxiliar o sustento do lar e ainda ter tempo para o lazer e cuidados consigo mesmo.

Em vários momentos da vida ocorrem fatos marcantes que rompem o equilíbrio em que o indivíduo estava habituado, causando adoecimento emocional e trazendo sintomas de ansiedade, depressão, estresse, fobias, entre outros.
Nessas situações de crise precisamos repensar nossa forma de viver, buscando nos reorganizar para nos adaptarmos às novas condições e situações.

A psicoterapia auxilia nesse processo reflexivo promovendo autonomia e autoconhecimento para a construção de novos caminhos favorecendo a melhor compreensão de sentimentos e comportamentos. O processo psicoterapêutico busca a melhora da capacidade de autogerenciamento de conflitos e dificuldades, levando a pessoa a encontrar novas alternativas para lidar com suas dificuldades emocionais e superá-las.

PSICOTERAPIA PARA ADOLESCENTES

A adolescência é marcada por diversos conflitos, afinal ocorrem mudanças físicas e psicológicas relativas à transição da fase infância para a idade adulta. Assim, o adolescente enfrenta no seu dia-a-dia diversas exigências relativas a si mesmo, com seu corpo, com os amigos, com a sociedade e também com a família. Estas exigências são vistas como pressões e fazem com que este enfrente sentimentos e emoções confusas e desorganizadas.

Nesse momento podem ocorrer dificuldades no desempenho escolar, questões relativas à imagem corporal, problemas de comportamento/agressividade, conflitos na consolidação da personalidade e muitos outros que trazem medos e frustrações.
O universo adolescente é bastante amplo e quem passa por esta fase percebe dúvidas em diversos cenários, tanto com questões passadas, como nas presentes e também preocupações e ansiedades voltadas ao futuro.

O trabalho da psicoterapia é facilitar a reflexão sobre todos estes processos que estão em transformação auxiliando no autoconhecimento, na gestão de conflitos, promovendo a tomada de decisões pessoais e profissionais de maneira consciente e sadia.