Dependência Emocional nos relacionamentos

por Ana Adélia, em 7 de fevereiro de 2024

Dependência emocional nos relacionamentos afetivos e como se livrar delas

Atualmente o assunto “relacionamento abusivo” está em pauta nos diversos meios de comunicação, bem como na vida real.

Mas o que é uma relação abusiva? Como identificar e como sair deste tipo de relação? Por que algumas pessoas, mesmo que terminem uma relação tóxica, logo começam outra muito semelhante com a anterior, como se fosse um ciclo vicioso? Pois bem, essa pessoa provavelmente pode ter uma dependência emocional.

Desde o nascimento o ser humano acaba por ser dependente, seja dos pais ou de um responsável. Assim, podemos dizer que o ser humano é naturalmente dependente. No entanto, ao longo da vida, o esperado é que a criança vá se tornando independente e, conforme vai crescendo e tendo condições físicas e emocionais para isso, aprenda a viver de forma saudável com sua própria companhia.

No entanto, algumas pessoas não conseguem se adaptar a ideia de estarem sozinhas, principalmente no campo amoroso o que acarreta uma busca inesgotável por um parceiro, muitas vezes, qualquer parceiro, e isto é como um campo minado!

 

A construção dos padrões de relacionamento

 

De início, é importante compreender que a maneira que cada um tem de se relacionar está diretamente associada aos vínculos estabelecidos na infância, especialmente com os responsáveis, formando padrões de relacionamento.

Assim, se a criança não costumava ser contrariada pelos pais (ou responsáveis) tem tendência a buscar nas relações adultas, pessoas que não a contrariem.

Já aquelas crianças que não tiveram um cuidado físico e afetivo adequado dados pelos responsáveis, ou mesmo não se sentiram seguras, acabam por desenvolverem uma baixa autoestima. Isso significa que poderão vir a se tornar adultos extremamente inseguros, trazendo como resultado mais dependência nas relações afetivas. Isso ocorre porque foi esta a forma que aprendeu a se relacionar, e de forma inconsciente, busca preencher “tal” falta.

Normalmente é assim que ocorre a passagem de papéis, que antes era ocupado pelos responsáveis (pais), para então manifestar-se em amizades ou, quando surge um parceiro romântico, este sistema de apego encontra sua nova rota, sempre tentando preencher lacunas internas.

 

A repetição dos relacionamentos abusivos

 

O sujeito dependente constantemente se envolve em relacionamentos abusivos, onde existe desigualdades entre as necessidades emocionais:

  • Ele não acredita ser merecedor do amor e carinho de alguém.
  • Não se sente capaz de viver sozinho.
  • Busca sempre aprovação do outro, colocando-se em posição de submissão.
  • Sentindo culpa por não se considerar bom o suficiente para o parceiro.
  • Além do ciúme excessivo e possessividade devido ao medo de ser abandonado.

Esses e outros comportamentos extirpam a leveza e felicidade do relacionamento, de modo que os envolvidos na relação se sintam sufocados fazendo com que se tornem dependentes um do outro. O que normalmente se torna uma relação de controle, onde há o submisso e o controlador.

E, quando finalmente esse relacionamento abusivo chega ao fim, aquele que é submisso e dependente começa outro com quase todas as características anteriores, sem compreender onde está o erro simplesmente aceitando o rotulo de “dedo podre”.

Mas, na verdade, isso tudo é reflexo de suas questões internas, como os primeiros vínculos com os responsáveis: baixa autoestima, insegurança, traumas vividos, entre outros, que se não forem trabalhados em psicoterapia, sempre terão o resultado na repetição de relacionamentos inadequados. Com o tempo, devido às inúmeras decepções, essa repetição gera uma intensa tristeza acompanhada dos sentimentos de fracasso e incapacidade.

 

E como quebrar este ciclo?

 

Autoconhecimento

Um dos primeiros passos para conseguir se livrar desse ciclo vicioso de repetições é através do autoconhecimento. É olhar para si mesmo, buscando compreender sua história e suas dores.

Como foram formados seus padrões de relacionamento? Como eram suas figuras de referencia na infância? O que realmente gosto de fazer? O que me traz felicidade? Como eu me enxergo? Em que preciso melhorar? O que admiro em mim?

Esses são alguns exemplos de questões importantes no processo de autoconhecimento.

Quando começamos a nos conhecer, vamos nos fortalecendo e logo conseguimos ter um olhar mais claro das situações. E, se tratando de relacionamentos, terá condições logo no início de perceber que determinada pessoa não te faz bem.

 

Ressignificação

“Não é o afeto que se torna outro, mas o sujeito que se torna outro para receber dentro de si aquilo que até então lhe era insuportável”.

Mas e tudo que eu já passei? Não consigo esquecer!
E nem deve! Esta é sua história e faz parte de você. Não poderá enterrar o passado, pois certamente também enterraria aprendizados seus.
Por este motivo, a importância de dar um novo significado para algumas vivencias, olhar para sua história com mais compaixão, através de outros ângulos, assim os traumas serão reorganizados sem trazer tanto desconforto.

 

Autoestima

Cuidar da autoestima é fundamental para que você comece a se aceitar e se valorizar, dispensando a aprovação dos outros para se sentir adequado.

É natural querermos agradar àqueles que amamos, mas quando vivemos somente em função disso, sem nos colocarmos como prioridade, deixa de ser algo saudável.

Contudo, a autoestima não surge como um relâmpago, é uma construção diária através de pequenos hábitos que a constituem. Por exemplo:

  • Não se comparar com as pessoas a sua volta;
  • Descobrir coisas que te dão prazer e reservar um tempo só para você (aprender a fazer algo novo, buscar atividades de lazer, ler sobre um assunto de seu interesse, etc)
  • Praticar uma atividade física. Exercitar o corpo faz bem para saúde física e mental, diminuindo estresse e liberando serotonina, substancia responsável pela sensação de prazer no organismo.
  • Seja mais gentil consigo. É importante deixar de lado a exigência da perfeição buscando metas racionais para alcançar o equilíbrio emocional, acolhendo suas habilidades e também suas dificuldades.
  • Fazer terapia. A psicoterapia oferece um espaço onde é possível expor e compreender seus pensamentos, emoções e experiências, facilitando a ressignificação, o processo de autoconhecimento e a melhora na autoestima.

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CONHEÇA ANA ADÉLIA

Meu primeiro contato com a psicologia iniciou quando eu tinha 12 anos e comecei meu processo de psicoterapia devido ao desejo de sair da escola por vivenciar bullying. Eu era uma pré-adolescente cheia de angústias, com muitas dificuldades relacionadas a minha imagem corporal. Para ser sincera, não me lembro de todos detalhes da terapia, mas lembro perfeitamente de olhar para a minha psicóloga e pensar: “quero ser como ela quando eu crescer!”.

Terminado meu processo de psicoterapia a vida seguiu de forma bem equilibrada e mantive a determinação de estudar psicologia, visto que o trabalho realizado tinha sido meu suporte para superar as dificuldades. Desejava ajudar outras pessoas buscando conhecer mais a fundo a mente e os processos que ocorriam no emocional do ser humano.

Entrei na faculdade aos 17 anos e sempre tive a certeza que estava no caminho da realização pessoal e profissional. Me dediquei muito e continuo estudando até hoje, buscando conhecer novas técnicas, com o intuito de ajudar meus pacientes a encontrarem a regulação/equilíbrio emocional.

Minha paixão é trabalhar com o ser humano e facilitar para que este possa trilhar um caminho de autoconhecimento, reflexões e criar novos significados frente a seu sofrimento emocional. Participar desta evolução rumo a uma vida mais prazerosa e emocionalmente equilibrada é o que me traz imensa satisfação.

Vamos comigo nesta jornada de autoconhecimento?

TRAJETÓRIA DE ANA ADÉLIA

*2004 – Formação em Psicologia (licenciatura e bacharelado) na Universidade Paulista de Ribeirão Preto;
*2005 – Curso Violência Institucional: Análise e Intervenção;
*2006 – Estágio Voluntário no Ambulatório de Saúde Mental na prefeitura de Barrinha -SP oferecendo acompanhamento psicológico a pacientes com diversos transtornos (ansiedade, depressão, transtornos de humor, de personalidade e outros);
*2006 – Estágio Voluntário na Igreja Santuário Nossa Senhora do Rosário oferecendo assistência psicológica a pessoas com alto grau de vulnerabilidade social;
*2006 – Especialização em Gestalt -Terapia (término em 2007);
*2008 – Passei em concurso público e tomei posse como Psicóloga na Prefeitura de Barrinha, atuando em Ambulatório de Saúde Mental e ESF com atendimentos voltados a Saúde Mental e Saúde da Família. Exerci a função por 14 anos, estando afastada atualmente;
*2010 – Atendimentos clínicos a adolescentes e adultos voltados a pacientes de convênio médico (Sermed e São Francisco) na cidade de Barrinha SP;
*2011 -Curso de Psicoterapia de Casais através da TCC;
*2013 – Atendimentos particulares clínicos voltados a pessoas com ansiedade e depressão envolvendo relacionamentos afetivos, bem como atendimento psicológico a casais na cidade de Jaboticabal -SP;
*2016 – Comunidade Terapêutica Associação Lucas: Acompanhamento psicológico individual e em grupos a pessoas em regime de internação devido a dependência química;
*2021 – Curso Teoria Cognitivo -Comportamental na Prática Clínica;
*2023 – Curso Hipnoterapia Clínica;
*2023 – Início dos atendimentos exclusivamente online a adolescentes, adultos e casais.

PSICOTERAPIA DE CASAIS E RELACIONAMENTOS

As relações interpessoais são constantes na vida do ser humano. A convivência entre pessoas diferentes, com valores e crenças distintos podem trazer, ao longo do tempo, divergências importantes causando conflitos e distanciamento do casal.

Nesses momentos de insatisfação na vida a dois onde falta a comunicação e muitas vezes os sentimentos se confundem busca-se a possibilidade de reencontrar o equilíbrio e reorganizar o relacionamento através da psicoterapia.

Há infinitas possibilidades que levam o casal a buscar psicoterapia visto que as fases da vida se modificam constantemente. Quando os parceiros começam a observar o desinteresse afetivo e/ou sexual, a incompatibilidade de planos e metas, o excesso de ciúmes, agressões verbais e/ou físicas ou mesmo a dificuldade na comunicação é hora de encontrarem juntos formas de saírem desta situação.

A psicoterapia de casal e relacionamentos visa identificar, acolher, intervir e pensar em estratégias para minimizar as situações de sofrimento comuns ao casal. Procura identificar aquilo que aflige cada indivíduo, como esse problema iniciou e quais ansiedades que fortalecem esses comportamentos. Na medida que a terapia consegue reconhecer e diferenciar suas próprias necessidades como seres humanos separados, o casal consegue progredir com mais facilidade.

É observada a dinâmica do relacionamento, como são distribuídos os papéis de cada um, como se estabelece a comunicação entre si e através destas e outras informações são apresentadas orientações para que o casal consiga se alinhar e encontrar novas possibilidades de restabelecer a estabilidade da relação. O intuito deste tipo de psicoterapia é promover a qualidade da relação afetiva, bem como, prevenir ou intervir em conflitos da interação do casal.

PSICOTERAPIA PARA ADULTOS

O dia-a-dia repleto de compromissos costuma gerar sobrecarga emocional trazendo diversos sintomas que causam prejuízos em diversos setores da vida.

Em nosso cotidiano nos deparamos com diversas exigências nas esferas familiar e social. Não é fácil ser pai/mãe, trabalhar, prover cuidados com os filhos, manter um casamento harmonioso, trazer ou auxiliar o sustento do lar e ainda ter tempo para o lazer e cuidados consigo mesmo.

Em vários momentos da vida ocorrem fatos marcantes que rompem o equilíbrio em que o indivíduo estava habituado, causando adoecimento emocional e trazendo sintomas de ansiedade, depressão, estresse, fobias, entre outros.
Nessas situações de crise precisamos repensar nossa forma de viver, buscando nos reorganizar para nos adaptarmos às novas condições e situações.

A psicoterapia auxilia nesse processo reflexivo promovendo autonomia e autoconhecimento para a construção de novos caminhos favorecendo a melhor compreensão de sentimentos e comportamentos. O processo psicoterapêutico busca a melhora da capacidade de autogerenciamento de conflitos e dificuldades, levando a pessoa a encontrar novas alternativas para lidar com suas dificuldades emocionais e superá-las.

PSICOTERAPIA PARA ADOLESCENTES

A adolescência é marcada por diversos conflitos, afinal ocorrem mudanças físicas e psicológicas relativas à transição da fase infância para a idade adulta. Assim, o adolescente enfrenta no seu dia-a-dia diversas exigências relativas a si mesmo, com seu corpo, com os amigos, com a sociedade e também com a família. Estas exigências são vistas como pressões e fazem com que este enfrente sentimentos e emoções confusas e desorganizadas.

Nesse momento podem ocorrer dificuldades no desempenho escolar, questões relativas à imagem corporal, problemas de comportamento/agressividade, conflitos na consolidação da personalidade e muitos outros que trazem medos e frustrações.
O universo adolescente é bastante amplo e quem passa por esta fase percebe dúvidas em diversos cenários, tanto com questões passadas, como nas presentes e também preocupações e ansiedades voltadas ao futuro.

O trabalho da psicoterapia é facilitar a reflexão sobre todos estes processos que estão em transformação auxiliando no autoconhecimento, na gestão de conflitos, promovendo a tomada de decisões pessoais e profissionais de maneira consciente e sadia.